Marília Slcalzo traça um panorama da situação das revistas no Brasil e no mundo para assim caracterizá-las como um veículo de comunicação de massa, porém que tem como aspecto diferencial a proximidade e valorização do leitor.
Saclzo lembra grandes revistas que marcaram o país como o Cruzeiro, Manchete e Realidade, mencionando ainda a atual revista mais vendida do Brasil, a Veja.
As revistas surgiram para ocupar uma lacuna entre o jornal e o livro, propondo-se a aprofundar mais nos assuntos que o primeiro e menos que o segundo e a sair periodicamente. Os moldes desse veículo foram sendo estabelecidos na prática: inicialmente, por exemplo, elas eram monotemáticas e depois passaram a abordar diversos assuntos. Com o tempo, porém, as revistas tenderam a estabelecer enquadramentos cada vez mais específicos.
A autora aborda as peculiaridades da revista, sendo a principal delas a relação com o leitor (algumas publicações têm inclusive serviço de atendimento ao leitor). Devido à diferente periodicidade, à facilidade em ser levada para qualquer lugar e às temáticas (que muitas vezes unem informação e entretenimento), as revistas se posicionaram de maneira singular, muitas vezes se tornando uma espécie de identificação dos seus leitores.
Apesar dessas características, a revista, assim como toda a imprensa, tem sofrido uma crise. Em um primeiro momento o enquadramento mais específico tem sido um caminho interessante a trilhar: “...é a velha máxima: é preciso falar com menos gente, para falar melhor” (p. 44). Enquanto as revistas sobre programação televisiva mantêm altos números de tiragens, temáticas voltadas à qualidade de vida, como saúde, forma física e filosofia ecológica, têm ganhado espaço nos últimos anos.
A Internet, primeiramente apontada como aquela que acabaria com os impressos, passou a ser enxergada de outra forma. A extensão digital desses veículos é hoje considerada essencial para a sua sobrevivência.
Scalzo caracteriza ainda o bom jornalista de revista - que como em qualquer outro veiculo jornalístico, deve apurar bem, ser honesto e prezar acima de tudo pela sua credibilidade, preocupando-se sempre com o que o leitor quer ler - e a boa revista, cuja equipe deve trabalhar em conjunto e harmonia. A autora ressalta a importância do designer e do fotógrafo em um meio no qual a imagem (as fotografias e infografias) tem elevada importância, sendo que esta deve dar clareza e valorizar o texto.
A ética no trabalho jornalístico é indispensável e no jornalismo de revista não é diferente. A relação muitas vezes tempestuosa com a publicidade deve dar lugar à compreensão da interdependência das tarefas e ao respeito mutuo. A publicidade não deve interferir no trabalho dos jornalistas e vice-versa.
Para concluir o livro, Scalzo relata sua experiência como redatora-chefe da revista Capricho na década de 90 durante um reposicionamento desse veículo. Neste, ela ressalta mais uma vez a importância da preocupação que o jornalista de revista deve ter com o seu leitor.
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