quinta-feira, 21 de abril de 2011

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: Contexto, 2004. (Coleção Comunicação)

O livro Jornalismo de Revista de Marília Scalzo faz trata sobre a história, a evolução e as características do jornalismo em revistas. Além disso, discute sobre a técnica e a ética jornalística nas revistas.

Scalzo defende a fusão de “entretenimento, educação serviço e interpretação dos acontecimentos” (p. 14) nas revisas. Contudo, mais importante do que essa união, as revistas precisam conhecer precisamente seu público, caso contrário vive pouco. Outra preocupação, segundo a autora, deve ser especificar o seu público, pois “quando atigem públicos enormes e difíceis de distinguir, as revistas começam a correr perigo” (p. 16).

O histórico das revistas é abordado no segundo capítulo. A primeira publicação que considera-se uma revista surgiu em 1663 na Alemanha e era sobre Teologia, mas ainda tinha um formato de livro e não usava essa denominação. O nome revista aparece em 1704 na Inglaterra, já o formato vem um pouco mais tarde em 1731 também na Inglaterra. O negocio das revistas surgem com o avança técnico da Indústria Gráfica. A primeira revista semanal de notícias só surge em 1923.

No Brasil, a primeira revista aparece em 1812 em Salvador. Em 1822 a revista “Anais Fluminenses de Ciência, Arte e Literatura” mostra uma nova preocupação da elite brasileira que, recém independente, precisava de engenheiros, médicos e outros profissionais liberais. Essa mudança leva ao surgimento 1ª revista especializada do país em 1827. No início do século XX há o lançamento de vários títulos que tratavam, na sua maioria, de variedades ou cultura. A partir da década de 1920, surgem revistas que obtêm grande sucesso editorial tais como “O Cruzeiro” (1928), “Gibi” (revista em quadrinhos de 1939 que tornou-se metonímia para o género), “Manchete” (1952), “Visão” (1952), “Realidade” (1966), Veja (1968).

Para Scalzo, o que diferencia as revistas dos outros meios é o contato com o leitor, escutá-lo periodicamente, observar o que ele lê e o que ele passa em cada edição. O tamanho também é um aliado, a revista pode ser transportada facilmente para qualquer lugar; a periodicidade que permite um texto mais profundo, crítico e analítico.

A autora coloca que o mercado de revista tem sofrido com a crise assim como todos os outros meios. A disputa por anunciantes tem abalado o modelo comercial tradicional, em que muito da receita da publicação vem dos anúncios. Investir nas classes C e D, que entraram no mercado consumidor com o Plano Real, tem sido uma estratégia usada por algumas editoras. Outras preferem dar um foco preciso às publicações, que ao falarem com públicos mais específicos tiveram êxito. Com a popularização da internet, pensou-se que ela poderia extinguir todos os outros. Isso se mostrou incorreto, hoje o que se acredita é que todos os veículos devem circular no seu suporte original e está na internet. Já em relação ao debate entre jornalismo e entretenimento nas revsitas, Scalzo é categórica: “recorrendo-se à história, o que se percebe é que o entretenimento (além da educação e do serviço) é uma das vocações mais evidentes do veículo revista, a partir de sua própria origem”.

Para a autora, um bom jornalista de revista é aquele que, em primeiro lugar, não escreve para si, pensa no que é relevante e importante para o leitor. Ela também defende que a especialização pode ser um problema, pois assim o jornalista pode deixar perder a noção de qual o nível de conhecimento do leitor sobre o assunto abordado. Já em relação à revista, como um todo, Scalzo afirma ser necessário seu projeto gráfico e editorial evoluam junto com o leitor; que a capa “precisa ser o resumo irresistível de cada edição”, pois é ela que vende a revista; as pautas precisam ser pensadas de acordo com a periodicidade, não adianta edições mensais apenas noticiar elas precisam analisar, o como de lead clássico é o que ser mais aprofundado; o design, as fotos e os infográficos são tão importantes quanto o texto, chamam o leitor para dentro a matéria; o texto sempre deve ter o tom certo para o leitor, isso depende do foco da revista.

Sobre a isenção e objetividade jornalística, a autora Admite que nenhum jornalista conseguirá ser totalmente objetivo nem isento devido a sua formação cultural, política, moral. Já com sobre a credibilidade do veículo e a sua relação com os anunciantes, o que envolve a redação e o setor comercial, Scalzo afirma que é papel desde último está em contato com a redação para saber das pautas da próxima edição e buscar anunciantes interessados. Qualquer ação mais invasiva do que essa, torna a relação complicada e conflituosa.

Para concluir o livro, a autora usa o exemplo da “Caprinho” para explicar, nas prática, as ideias apresentas no livro. Ela explana de forma geral as diversas mudanças que essa publicação passou até a década de 1990 e narra com detalhes com foi a sua experiência no processo de reposicionamento editorial da revista de 1990 a 1992.

Por Marcelo Argôlo

quarta-feira, 20 de abril de 2011

SCALZO, Marília. Jornalismo de revista/ Marília Scalzo. 2ª Ed. – São Paulo: Contexto, 2004 (Coleção Comunicação)

SCALZO, Marília. Jornalismo de revista/ Marília Scalzo. 2ª Ed. – São Paulo: Contexto, 2004 (Coleção Comunicação)

Por Paula Morais

Através do relato histórico de como surgiu a revista, a autora, Marília Scalzo, traz em sua obra as características estéticas e como se deu a evolução, deste meio de comunicação, no Brasil e no mundo. O livro ainda diferencia como é fazer jornalismo em revista dos demais veículos de informação, considerando suas principais dificuldades e estratégicas para tal.

Antes de tudo, a autora ressalta que revista não é literatura, porém um meio em que se pode encontrar educação e entretenimento. Por outro lado, o jornal surge como repercussor da ideia política de trazer o esclarecimento através de suas notícias. No entanto, a autora afirma que as revistas também trazem exclusividade aos seus leitores e fazem jornalismo.

Na obra, a autora explica a aproximação que o leitor pode ter com o editor, por conta de se tratar de um grupo específico, o que não acontece na TV ou no jornal impresso, por exemplo. E aponta para o perigo existente, quando a revista se abre para um público expressivo, afinal, este veículo é um meio de comunicação de massa, mas nem tanto.

Scalzo relembra a história de grandes revistas que foram da ascensão à queda, como a brasileira Realidade e a norte-americana Life, vítima do seu próprio sucesso, o custo da sua impressão se elevou ao ponto dos anunciantes preferirem pagar pela propaganda na TV a própria revista. Além de outras que vingam até hoje, como a revista Veja.

A evolução da revista se deu através das grandes ideias apresentadas por seus editores. A exemplo da primeira revista ilustrada, a londrina Illustrated London News, editada até os dias atuais. Ou as revistas que tratam de apenas um assunto, como as voltadas para o mundo feminino, que foram copiadas e vendidas até hoje, a exemplo da Casa Claúdia.

Scalzo aborda no livro as diferenças entre a revista e os outros meios de comunicação, sejam elas na sua segmentação, na interação com o editor-leitor, além da sua forma estética. Há colecionadores que levam e trazem as revistas para lá e para cá, pode escolher a sua preferida, por saber qual o assunto em que cada uma trata. A autora ressalta que as revistas acompanham a tendência do seu tempo, da sua cidade, do seu país. A revista reflete o estilo de vida de um determinado local, tudo isso por conta da publicidade e o mercado consumidor.

O jornalismo feito em revista é analisado pela autora como o propósito de passar a notícia, porém de forma em que exista um atrativo a mais para prender o leitor, seja com imagens ou infográficos. Scalzo explica a diferença entre um jornalista de outros meios de comunicação e o de revista, como a forma da escrita, e o risco da especialização.

A autora explica por fim que para se obter uma revista de qualidade é preciso que o veículo se atualize de acordo com as mudanças que acontecem no mundo. É necessário deixar o leitor à vontade e ao mesmo tempo prender a sua atenção, com imagens, pautas bem definidas, edições atrativas e um bom editorial.

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista, Contexto, 2004.

Mostrando a história, evolução e o surgimento do jornalismo de revista, Marilia Scalzo define o que é revista e mostra como ela chegou ao formato atual. Ela diz este formato é um veiculo de comunicação que permite a existência de jornalismo e entretenimento ao mesmo tempo. É nítido como os textos das revistas são totalmentedirecionados ao leitor e permitem até uma certa dose de intimidade, isso fica claro quando, ema dados momentos, o leitor é chamado de "você",daí a autora afirmar que revista é uma “história de amor com oleitor”.

Scalzo deixa claro que oMuitas coisas diferenciam o jornalismo de revista dos outros tipos ,porém o que mais chama atenção é o seu formato, além, é claro, do papel e da peridiocidade
Existem fatos a serem destacados desde o inicio das revistas, em 1663, até os dias atuais, como a primeira revista ilustrada, mostrada em Londres, em 1942, fazendo com que a partir daí todas as revistas trouxessem ilustrações em suas edições. Além disso, houve também o aparecimento das primeiras revistas semanais, em 1923, nos Estados Unidos.

A autora afirma que um meio de comunicação não pode substituir outro, logo ela defende que mesmo com todo o advento tecnológico e com todos os meios vindos depois da revista, mesmo assim ela não será deixada de lado, nem esquecida, apenas se ajustará ao contexto em que está inserida.

As revistas são segmentadas em diversos tipos, passando por idade, gênero, profissões, hobbies, entre muitos outros interesses. Isso fez com que leitor e produção estivessem cada vez mais próximos, fazendo com que esta última ficasse mais próxima entre si, gerando assim matérias com maior qualidade.

A autora finda o livro relembrando sua passagem pela revista Capricho e fazendo uma breve analise desta, falando sobre a evolução da revista, ressaltando como esta conseguiu passar por todas as mudanças advindas com a tecnologia e a fórmula que consagraou a Capricho uma revista de renome dentro da Editora Abril.

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista, Contexto, 2004.

O exercício do jornalismo compreende diversas áreas. Partindo desse princípio, Marília Scalzo se propõe a decifrar o Jornalismo de Revista. A autora inicia o livro falando sobre a revista, pois para sabermos o que é o jornalismo de revista e do que é composto, precisamos primeiramente conhecê-la. A relação entre o leitor e a revista é baseada em alguns princípios básicos do jornalismo, tais como confiança e credibilidade, mas o jornalismo de revista ainda vai mais além e cria com o seu público, relações de expectativa, idealizações, erros, acertos, elogios, brigas, reconciliações, etc. A relação estabelecida de maneira direta entre a revista e o leitor possibilita a identificação de um grupo específico de leitores, para cada perfil de revista.
Como meio de comunicação, a revista consegue estabelecer uma relação contínua de confiabilidade por parte dos leitores, pois, historicamente, aquilo que é impresso, por ser palpável, torna-se mais próximo do real, mais verdadeiro. Além de toda essa questão de tornar verdadeiro, a revista se consagrou como um meio de comunicação que veicula informações mais completas, complexas. A periodicidade da revista torna possível desenvolver informações mais profundas, elaboradas. A consagração da revista não se dá somente por isso, a união de cultura e entretenimento é outro fator que agrega valor ao jornalismo de revista.
Outro fator que consagrou as revistas no histórico dos meios de informação foi a segmentação. Diferente de um jornal que fala para o público em geral, a revista fala pra um público específico, escreve diretamente para o "seu" leitor, trata-o por "você". A revista se constitui como um meio de comunicação de massa, mas com algumas divergências do demais. Quando falamos em comunicação de massa, costumamos remetê-la à um tipo de comunicação que atinge um público em geral. A revista não atinge um público em geral, mas diversos públicos, segmentados, "particularizados".
Como forma mostrar a evolução das revistas até os modelos e formas atuais, a autora traça um panorama histórico para que possamos entender como e porque surgem as revistas. Dentro desse panorama, a evolução das revistas no Brasil ilustra bem como esse meio de comunicação acompanha as mudanças sociais, políticas e econômicas do contexto em que está inserida.
Scalzo estabelece as diferenças entre a revista e os demais meios de comunicação. Além da questão, já citada, da segmentação, a autora analisa a importância de não somente tratar o leito de maneira particular, mas de saber ouvi-lo e se adaptar também às mudanças do seu público alvo. Nesse ponto fica clara a necessidade de estabelecer uma comunicação interativa, exemplos disso são o serviço de atendimento ao leitor, as pesquisas de campo e o espaço aberto às opiniões do mesmo.
O formato da revista é outro ponto que influencia na disseminação do veículo em relação aos demais meios impressos. O formato da revista é fácil de carregar, de guardar e de colecionar. A impressão e as imagens são outros fatores atrativos para o público. Existem até novos formatos, menores, que se tornam cada vez mais práticos no dia-a-dia cada vez mais atribulado da população.
O trabalho dos jornalistas inseridos na produção das revistas é diferenciado pela questão da periodicidade. Mais do que representar mais tempo para produzir e analisar um determinado assunto, o espaço de tempo que a revista leva para ser produzida exige dos jornalistas não somente a análise mais profunda dos fatos, mas também exige uma outra forma de exploração da notícia, de abordagem, diferente das que já foram veiculadas anteriormente.
O mercado das revistas acompanha a evolução da sociedade como um todo e, na era onde informação e propaganda valem ouro, o espaço das revistas passa a ser ferozmente disputado por propaganda, publicidade, informação e entretenimento.
Definir o que é um bom jornalista de revista não foge da definição básica de um bom jornalista. Independente do meio em que está inserido, o jornalista deve comungar de princípios e ações essenciais da profissão além de preocupar-se em desenvolver a cultura geral e ter uma visão crítica sobre o próprio trabalho.
A autora faz uma síntese do que é uma boa revista e dos elementos que a constituem como a capa, a pauta, o design, a ilustração, a fotografia, a infografia e o texto. Além disso, Marília faz uma abordagem sobre a ética no jornalismo de revista e mais uma vez mostra que esse é um princípio que deve estar presente em todos os meios de comunicação. A precisão, a objetividade e a isenção são fatores que devem fazer parte do cotidiano de todos os jornalistas que buscam o equilíbrio e a imparcialidade das notícias. Outro ponto importante, registrado pela autora, é a relação com a publicidade que nos dias de hoje não pode mais ser dissociada dos meios de comunicação em geral.
Scalzo finaliza o livro fazendo uma abordagem sobre sua passagem pela revista Capricho e, dentro desse contexto, fala sobre a evolução da revista, dos meios de comunicação, do contexto histórico, da adaptação da revista perante a todas essas mudanças e da formula que consagrou a revista Capricho como um ícone da Editora Abril.

Resumo: Jornalismo de revista – Marília Scalzo

O livro aborda todos os aspectos físicos, de conteúdo e de produção de uma revista.

Inicia-se com a funcionalidade e as relações que ela tem com o leitor: credibilidade, expectativas, idealizações, Eros, pedidos de desculpas, acertos, elogios, brigas e muito mais. Em seguida as funções desse meio de comunicação são definidas como de educação e entretenimento.

Como o foco principal de revista é no leitor, a medida que o público vai tornando-se maior, e de massa, a revista corre sério risco de falir por alto custo de impressão e publicidade.

A evolução das revistas, desde seu início em 1663 até os dias atuais também é retratada pela autora com exemplos nacionais e internacionais. Os destaques das evoluções são justamente o aparecimento da primeira revista ilustradas em Londres em 1842( a partir de então todas as revistas tem ilustrações), a primeira semanal, em 1923, nos Estados Unidos, chamada Time, as primeiras fotonovelas, na Itália, e as revistas de diversos gêneros cada vez mais específicos.

As segmentações das revistas dividem-se e inúmeros tipos, desde gêneros masculino e feminino, como idade, jovens, adultos, crianças, mais recentemente adolescentes, assim como profissões e hobbies. A diversidade tornou o leitor cada vez mais próximo da equipe de produção, que por sua vez tornou-se cada vez mais próxima entre si a fim de gerar matérias com maior qualidade e integração entre fotografia, design e texto.

Uma consideração relevante da autora ressalta que a descoberta e explosão de uso de meios de comunicação posteriores às revistas como rádio, televisão e internet podem sim, manter as vendas e a circulação das revistas e meios impressos ao contrário do que muitos pensam. O argumento é o seguinte: “a historia mostra que uma tecnologia pode substituir a outra, mas com os meios isso não acontece necessariamente.O que ocorre são ajustes e correções de rota.” Ou seja ocorre uma integração e convergência de meios que podem abordar o mesmo tema de formas completamente diferentes, já que segundo McLuhan “ O meio é a mensagem”.

Para finalizar a autora responde a pergunta “O que é um bom jornalismo de revista?” com a indicação de que deve haver o comprometimento do jornalista (apuração, compromisso com verdade, ouvir todos os lados, bom texto...), uma visão de mundo livre, cultura geral e um olhar crítico sobre o próprio ofício. A resposta do que é uma boa revista pode ser resumida contendo um bom plano editorial, uma missão e público alvo definidos. A produção de uma boa revista engloba, também, a parte técnica com capa bem selecionada, pauta apurada e com novos enfoques, design comunicativo e atraente, textos legíveis, linguagem visual adaptada à atualidade, bom posicionamento das fotos, além de uma excelente relação ética entre publicidade e jornalismo.

Thais Motta

SCALZO, Marília. “Jornalismo de revista”. São Paulo: Contexto, 2003.

Em “Jornalismo de Revista”, Marília Scalzo trata dessa modalidade do jornalismo, o de revista, passeando pelo seu significado dentro do campo da comunicação, pela discussão da sua problemática, sua história e o seu modo de produção.

A autora dedica um capítulo do livro em questão para tratar da historicidade do jornalismo de revista, desde seu surgimento até o período atual. Quando realmente foi ganhando destaque entre os leitores, a revista como modelo de leitura se encaixava entre os noticiários ligeiros e objetivos dos jornais e a profundidade dos livros, que eram vistos antigamente como produto de luxo dedicado ao deleite das elites. Tempos depois, as revistas passaram a ser vistas como um espaço aberto, onde diversos assuntos poderiam ser discutidos, provocando a circulação de diferentes informações e definindo-se como uma mistura de entretenimento e informação distribuída para o leitor. Divergindo da visão dos jornais, que eram associados a ideologias específicas, as revistas possuíam um caráter de complemento educacional, tratando de temas ligados à ciência e à cultura. Scalzo descreve o processo de transformação das revistas em um produto, um negócio, a partir do desenvolvimento tecnológico da produção que proporcionou um maior número de anunciantes e a diminuição do seu preço no mercado, facilitando, portanto, o acesso do leitor à publicação.

A autora expõe detalhes que passam despercebidos aos olhos do leitor de revista, discute os principais problemas dessa especialidade do jornalismo, além de citar o surgimento de revistas temáticas, direcionadas a públicos específicos, além do surgimento de modelos básicos de disposição de temas para uma leitura mais fácil.

Outro tema discutido no desenvolvimento do livro é a relação criada entre o jornalista de revista e o seu leitor, que muitas vezes é reconhecida como intimista, onde o jornalista fala diretamente com o seu público criando laços e desenvolvendo neste leitor uma relação quase passional com as publicações onde busca informação e entretenimento. O jornalismo de revista sabe ouvir o leitor e precisa entender e conhecer o seu público e, partindo desse pressuposto, construir uma linguagem e organização próprias que facilitem a leitura para esse leitor específico.

Dentro do livro é retratada a evolução histórica das revistas no Brasil, desde sal chegada ao país junto com a corte portuguesa, passando pelos modelos semanais ilustrados, sucessos editoriais da sua época, o surgimento do jornalismo investigativo até o contexto atual.

Scalzo também retrata os formatos específicos de uma revista, a influência da periodicidade na sua construção e organização da publicação e, como já dito anteriormente, a relação estabelecida entre o leitor e o jornalista, vista como fundamental. É destacada também a importância de uma apuração bem feita para a construção de um bom texto, dos princípios do jornalismo, passeando pela ética e pela responsabilidade social que esse tipo de veículo de informação assume.

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. Contexto, 2003.

O que é afinal Jornalismo de Revista? Antes de tudo, para entender como se dá a dinâmica desse tipo diferente de jornalismo, Marília Scalzo esclarece o que é uma revista.

Trata-se de um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto... Enfim, uma mistura de jornalismo e entretenimento. A revista fala diretamente com o leitor, chama-o de você, além de ser um veículo de comunicação para públicos muito específicos.

Após definir as diferenças do jornalismo convencional para o jornalismo de revista, Scalzo faz um apanhado histórico do surgimento da revista em países como a França, Inglaterra e Estados Unidos, ressaltando os avanços que aconteceram com o passar das décadas. A peça fundamental para todas as mudanças ocorridas foi o nascimento do negócio das revistas, sendo os anunciantes responsáveis pelo aumento das tiragens e melhoria na qualidade dos impressos.

A autora utiliza um capítulo para falar da evolução da revista no Brasil, retomando então a história para explicar como se deu esse fenômeno, que se confunde com a história econômica e da indústria do país. Nas décadas de 50 e 60, com a publicação de fotonovelas – essas provenientes da Itália - houve grandes números de circulação de revistas brasileiras, sendo a Capricho a pioneira na época.

O grande diferencial das revistas é saber ouvir o leitor. Isso as diferencia dos outros meios. Deve haver uma grande sintonia entre o público e os jornalistas, o contato entre ambos é fundamental, seja por meio de pesquisas de opinião ou por meio do serviço de atendimento ao leitor. Além disso, o formato da revista a faz única, pois é fácil de carregar e colecionar. Outra distinção é a sua periodicidade, fundamental para que possa haver um aprofundamento dos assuntos abordados.

Por sua grande experiência como editora de diversas revistas, Scalzo expõe o panorama do mercado de revistas no país, citando os problemas e crises enfrentadas pelas publicações brasileiras. Ela ressalta a importância de se manter o foco preciso, uma segmentação muito específica de público.

O jornalista de revista, assim como qualquer outro profissional, deve ter a preocupação em desenvolver uma cultura geral, uma visão do mundo livre de preconceitos e um olhar crítico sobre o próprio ofício. Para aprimorar a escrita, o segredo é ler e escrever muito. Jornalistas que escrevem para revista devem conhecer o leitor para que saibam exatamente o tom com que se dirigir a ele. Dessa forma, o que vai determinar como se deve escrever em uma revista é o público para qual ela é feita.

O livro reforça também a importância do alinhamento de todos os profissionais que trabalham na revista. Todos os elementos, sejam escritos ou visuais que a compõem, devem estar alinhados, sendo reflexo do trabalho eficiente de bons profissionais que dialogam entre si.

Por Thuanne Silva

SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. São Paulo: Contexto, 2003.

O livro “Jornalismo de Revista” de Marilia Scalzo faz um estudo do surgimento e da relação do jornalismo de revista com outros segmentos da Comunicação, além da sua importância para os leitores, que mantém um relacionamento quase passional com esses veículos de informação e entretenimento. Muito do fascínio deste tipo de publicação vem justamente da capacidade que ele tem de construir fortes laços de empatia com seu público, além de possibilitar a sensação de inserção em determinados grupos.
O primeiro exemplar de revista foi criado em 1663, mas possuia a forma e o formato de livro sendo caracterizada como tal, por possuir público específico e periodicidade regular. Só a partir do século XIX, quando a população começa a ter acesso à educação, e com o crescimento do número de alfabetizados a revista ganhou espaço e ditou moda. Scalzo destaca que a revista ficava posicionada entre o noticiário do jornal e o livro, objeto visto como apenas para a elite, por isso pouco acessível.
Os avanços na indústria gráfica possibilitaram o crescimento da tiragem e maior qualidade da impressão, como efeito gerou uma maior quantidade de anunciantes. Outra consequência foi a redução do custo de produção e menor preço do exemplar. O progresso do jornalismo de revista se deu em 1923, com a criação da revista norte-americana “Time” por Briton Hadden e Henry Luce. A ideia era relatar notícias semanais do país, e do mundo, de maneira sistemática e organizadas por seções, tudo para que as pessoas não perdessem tempo em sua leitura.
O livro faz um apanhado geral da evolução histórica das revistas no Brasil, que chegaram no começo do século XIX junto com a corte portuguesa. Uma nova linguagem na imprensa nacional surge com o “O Cruzeiro”, idealizada pelo jornalista Assis Chateaubriand, dando atenção especial ao fotojornalismo.
A autora destaca as diferenças das revistas para os outros meios. Destacam- se o formato e a periodicidade. O tipo de impressão garante maior qualidade na leitura, e o processo de produção periódico permite direcionar notícias específicas para o leitor de cada publicação. Dentre todas as diferenças, talvez a mais importante seja a relação jornalista-leitor, em que a opinião do público é fundamental, através de e-mails, cartas, telefonemas ou de um espaço reservado, sempre existe algum modo de escutar periodicamente o leitor.
A especialização do jornalista de revista, apesar de ter função de entretenimento, deve ser constituída de responsabilidade social, credibilidade e ética. Scalzo salienta que a boa elaboração de um texto não se dá apenas pelo estilo do jornalista, o segredo está na apuração das informações precisas e qualificadas. "Não adianta querer ficar bordando um texto vazio de informação. Jornalismo não é literatura. Quando se tenta arrica-se a cair na literatice", afirma a autora.
No livro há detalhes sobre pauta, design, fotojornalismo e infografia. Segundo Marília Scalzo o bom texto de revista é o que deixa o leitor feliz, além de suprir suas necessidades de informação, cultura e entretenimento.

Por Gabriela Cirqueira 
SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. São Paulo: Contexto, 2003.

Marília Scalzo começa o livro com uma pergunta: “Porque as revistas existem, abrem e fecham?”. A partir dessa pergunta retórica, ela aprofunda os conceitos de revista, quais as suas funções – em comparação com outros veículos-, exemplifica na história casos de revistas que fecharam e o motivos de isso ter acontecido.
Ao conceituar revista, a autora conclui que nenhuma definição abrange todo seu universo. Uma característica, porém, considera comum: a afinidade com o leitor. Ela cita um autor espanhol, Gabriel García Márquez, o qual enuncia que a melhor notícia não é a que se dá primeiro, mas a que se dá melhor. Essa frase caberia bem para entender as revistas como veículos que aprofundam as informações já dadas em primeira mão.
Marília também conta que as primeiras revistas a serem publicadas tinham “cara” de livro, mas já deixavam claro algumas características: destino a públicos determinados e interesse de aprofundar assuntos. No decorrer do século XIX, a revista começou a ocupar um espaço intermediário entre o jornal e o livro, por conta do específico nível de profundidade da informação.
O caso da norte-americana Life é usado para exemplificar os ciclos de vida de uma revista. Esse veículo, conta a autora, foi vítima do próprio gigantismo. O grande sucesso que alcançou fez com que o custo da impressão e os gastos postais fossem além do que a revista poderia pagar.
O Capítulo A Evolução das revistas no Brasil monta um panorama desde a primeira publicação, As variedades ou Ensaios da Literatura, em 1812, até o contexto contemporâneo. A revista Cruzeiro se revelou um fenômeno editorial na sua época, 1928, com grandes reportagens e a atenção ao fotojornalismo. Depois, no mesmo gênero, surge a Manchete, em 1952, e a Realidade, já citada, surge em 1966. A revista Veja, lançada em 1968, aos moldes da estadunidense Time, é a única semanal de informação no mundo que lidera as vendas do seu país, pois em outras nações as revistas de TV assumem esse posto.
Para ser um bom jornalista de revista seria preciso ter noção de linguagem visual. Além disso, o design da revista deve ter o fim de comunicar, não de expressar arte. Portanto, o designer também deveria pensar a revista como uma publicação específica. Assim, o trabalho em grupo entre designers e jornalistas pediria um entendimento mútuo.
A autora deixa bem claro uma função determinada deste tipo de veículo: entretenimento. Seria preciso escrever para “deixar o leitor feliz”, portanto, mesmo ao informar, a leveza do texto deve ser mantida.
Marília cita Carlos Soria, o qual enuncia que ética é igual à qualidade de informação. Essa premissa permitiria inferir que uma informação bem apurada, analisada e checada tende a ser fruto de um processo que respeitou princípios éticos. A ética, não seria, portanto, um limite e sim uma aliada da boa reportagem.

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. 2ª ed . 122 p. – São Paulo : Contexto 2009.

A autora faz uma um passeio pela história das revistas, do seu surgimento até os dias atuais. E mostra particularidades e desafios para produzir uma revista de qualidade e mantê-la no mercado.
Uma revista é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento. Mas nenhuma dessas afirmações abrange completamente o universo que envolve uma revista e seus leitores. O editor espanhol Juan Caño define revista como uma história de amor com o leitor. Como toda relação, esta também é feita de confiança, credibilidade, expectativas, idealizações, erros, pedidos de desculpas, acertos, elogios, brigas, reconciliações.
Jornais e revistas são impressos e que é impresso, historicamente, parece mais verdadeiro do que aquilo que não é. Revistas são mais profundas que jornais e menos que os livros e não seguem o imediatismo das notícias, pois não é característico de seu meio, isso permite um jornalismo mais analítico, interpretativo que escuta várias fontes, contrapõem os fatos. E como diz Gabriel García Márquez ‘’a melhor notícia não é a que se dá primeiro, mas a que se dá melhor’’.
Enquanto os jornais nascem com a marca explícita da política, do engajamento claramente definido, as revistas vieram para ajudar na complementação da educação, no aprofundamento de assuntos, na segmentação no serviço utilitário que pode oferecer a seus leitores.
Existem muitas segmentações de revistas, as femininas – que representam hoje a maior fatia de mercado de revistas – as masculinas, do público adolescente, relacionadas à música, comportamento, moda, arte e consumo além das revistas científicas, de decoração e arquitetura e as que ensinam a cuidar do corpo.
Diferente de outros meios, as revistas sabem exatamente quem são seus leitores, são capazes até de visualizar seus rostos e para manter o contato direto tem o serviço de atendimento ao leitor e fazem pesquisas de opinião. Outro fator que diferencia as revistas é o seu formato e sua periodicidade.
O mercado tem sofrido uma severa crise nos últimos anos, principalmente porque há uma queda geral na quantidade e no tipo de anúncios que são veiculados em revistas. Contudo, as revistas já perceberam que não podem depender só de receita publicitária e terão que voltar a ganhar dinheiro com circulação, seja com assinantes ou venda em bancas.
Para a produção de uma boa revista é necessário o trabalho em equipe. A integração entre jornalistas, designes, e fotógrafos é obrigatória para que uma revista ofereça a seus leitores páginas ao mesmo tempo informativas e sedutoras. O primeiro passo é a capa a que precisa ser o resumo da edição, uma espécie de vitrine para o deleite e a sedução do leitor.
A escolha da pauta é meio caminho andado em direção ao sucesso, além do design que em revista não é arte e sim comunicação, informação, é arma pra tornar a revista e as reportagens mais atrativas, mais fáceis de ler, uma boa imagem (fotografia) é a porta de entrada para a revista assim como os infográficos.
Scalzo salienta a importância da ética não só no jornalismo de revista mas todo bom jornalismo. E os jornalistas devem perseguir a precisão, a objetividade e a imparcialidade, defender o direito à informação e o interesse público.
Por último discorre sobre sua experiência como redatora-chefe da revista Capricho em seu ‘’reposicionamento de mercado’’ entre 1990 e 1992.

Resumo: SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. São Paulo: ed. Contexto, 2003.

Jornalismo de Revista, da jornalista Marília Scalzo, discorre sobre essa vertente do ramo jornalístico que, segundo a autora, “tem foco no leitor – conhece seu rosto, fala com ele diretamente. Trata-o por 'você'” (p. 15). As revistas, contrapondo-se aos jornais, não têm origens partidárias, mas são provenientes do entretenimento – e hoje apresentam, sob uma ótica generalizada, uma mescla entre informação e entretenimento. Scalzo afirma que o jornalismo de revista bem-sucedido é marcado pela segmentação, que proporciona ainda mais proximidade com o leitor, podendo responder, mais facilmente, seus questionamentos e anseios. Para tanto, a autora ainda traz uma breve história da evolução das revistas do Brasil.
Scalzo defende que as revistas se comunicam diretamente com o leitor, conhecem bem o seu público e as suas preferências, de modo a adquirir uma crescente intimidade. “Enquanto o jornal ocupa o espaço público, do cidadão, e o jornalista que escreve em jornal fala sempre com uma platéia heterogênea, muitas vezes sem rosto, a revista entra no espaço privado, na intimidade, na casa dos leitores.” (p. 14).
Ao longo da obra, a autora aponta que nem sempre o sucesso de vendas é suficiente para que uma revista permaneça sendo publicada, a exemplo da revista Realidade, que é o seu ponto de partida para o estudo, e da americana Life. Ao designar todo um capítulo para discorrer sobre o mercado de revistas, Scalzo ainda defende que as revistas não devem depender somente de receita publicitária, já que os modelos mais focados na circulação (seja com assinantes, seja com a venda em bancas) têm os resultados mais satisfatórios na Europa, ao passo que o modelo estadunidense, seguido no Brasil e fomentado pelos ganhos em publicidade, tem se mostrado insuficiente frente à crise que as revistas têm sofrido nos últimos anos.
O surgimento de novos meios e tecnologias, segundo autora, “provocará transformações nos [meios] que já existem, mas o certo é que eles conviverão entre si, cada um descobrindo o seu devido lugar junto ao público.” (p. 50). Scalzo afirma, então, que os meios de comunicação, inclusive as revistas, têm de descobrir seus caminhos e seus novos espaços neste novo contexto. As revistas não devem tentar copiar modelos de outros meios e oferecer inovações que são direcionadas para outras vertentes. A autora sentencia: “Na concorrência difusa entre os meios, o segredo é ser o que se realmente é. No caso, o segredo é ser ‘revista’.” (p. 52).
Para ser uma boa revista, seria necessário um plano editorial e uma missão definida – assim o foco no leitor (apontado como o principal no jornalismo de revista) será mantido. Scalzo aponta tópicos importantes para a construção de uma boa revista, sendo estes: a capa, que precisa ser o resumo da edição, e mostrar-se atrativa; a escolha acertada da pauta, que deve ser diversificada e equilibrada, já que a pauta é uma das responsáveis por expressar a “voz” própria da revista; o design da revista, que vem precedido do axioma “design de revista não é arte”, mas informação e artifício para tornar a revista mais fácil de ser lida; as fotografias, que seriam as principais portas de entrada dos textos para os leitores, numa página; a infografia; e, por fim, um texto que supra as necessidades do leitor de informação, cultura e entretenimento – sendo, principalmente, prazeroso e inovador.


Por Thais Borges 

SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2004.

Um ponto que diferencia visivelmente a revista dos outros meios de comunicação impressa é o seu formato, sua periodicidade geralmente é semanal ou quinzenal, além disso, trata o leitor de você, fala com ele diretamente, às vezes, com intimidade.

Ao longo da história das revistas, logo se aprendera a inevitável necessidade de estabelecer um foco preciso para cada publicação, portanto para as revistas fica o meio termo: não falar com todo mundo e não individualizar seu leitor, diferenciando assim do jornal e da internet respectivamente.

A primeira regra é não escrever para si mesmo, principalmente no jornalismo de revistas, onde o leitor é alguém específico e o tipo de linguagem varia de uma publicação para outra. Imagine-se como um prestador de serviços, alguém que dá informações corretas, e não um defensor de causas e bandeiras.

Qualquer jornalista, seja qual for o meio em que irá trabalhar, deve ocupar-se em desenvolver uma razoável cultura geral, uma visão de mundo livre de preconceitos e um olhar crítico sobre o próprio ofício. O trabalho do jornalista obriga-o à reflexão e à permanente autovigilância.

Os princípios básicos do jornalismo são iguais para qualquer tipo de veículo: o esforço para apurar os fatos corretamente, o compromisso com a verdade, ouvir todos os lados que envolvem uma questão, mostrar pontos de vista na tentativa de elucidar historias, o respeito aos princípios éticos, a busca constante da qualidade de informação, o bom texto.

O bom jornalista de revista é aquele que, de antemão, consegue visualizar a matéria já editada na página. O texto, por mais perfeito que seja, será sempre melhor compreendido quando acompanhado de uma boa fotografia ou de um infográfico bem feito. Outro segredo do bom texto é o encadeamento de ideias, para isso, é necessário estabelecer um plano do que se vai escrever e depois procurar as melhores palavras, as melhores frases e reescrevê-las quantas vezes for preciso, ou possível.

Além do texto propriamente dito, há o título, que muitas vezes será a explicação de forma criativa e direta do porquê aquela matéria está ali publicada.

Em jornalismo, ética e técnica caminham juntas. O bom jornalismo é sempre tecnicamente bem feito – e o jornalismo tecnicamente bem feito tende a ser um jornalismo necessariamente ético. A integridade editorial está em cada jornalista, na condição de representantes dos leitores, o que os obriga a assumir responsabilidades claras, que incluem comportamento ético e transparente.

SACALZO, Marília. Jornalismo de Revista. 3. ed., 2ª Reimpressão. 122 p. – São Paulo : Contexto 2009

Diferente dos jornais que tem uma visão massiva de público e uma linguagem padrão, grande parte das revistas são editadas para leitores específicos com um designer, tamanho, periodicidade diferentes, pois mesmo sendo veículos impressos, tem uma forma singular de comunicar. O livro Jornalismo de Revista, de Marília Scalzo, autora referência na área por ter dirigido por 12 anos o Curso Abril de Jornalismo e ter trabalhado em várias empresas do ramo, traz uma gama de informações voltada nessa vertente da comunicação. Com uma leitura simples nas suas 112 páginas, o livro remete a realidade destes periódicos desde o seu histórico a sua prática.

A autora traz assuntos que muitas vezes não são percebidos sobre este meio, como a evolução das revistas no Brasil; argumenta sobre a diferença do jornalismo a tais periódicos em comparação a outros meios; como deve ser o trabalho de um jornalista e como ele deve portar-se com ética nesta área.

O livro informa o quão vasto é o mercado das revistas, pois quando o leitor chega numa banca têm exemplares para cada gosto. Publicações sobre veículos, mulher, sexo, saúde, fofoca, decoração, bordado, infantil, imprensa e uma infinidade de assuntos. Remete também a relação amorosa que o público tem com os periódicos: colecionam, guardam de todas as formas ou saem pelas ruas com uma edição debaixo do braço para mostrarem o que estão lendo.

Scalzo recorre à exemplificação de histórias e situações diversas de revistas famosas do país e do exterior, muitas cujas grandes tiragens não conseguiram sustentar a circulação no mercado pelos altos custos de investimento, como foram os casos da Realidade e da Life. Comenta também sobre os modelos de revistas produzidas no Brasil baseadas em sucessos editoriais de outros países, a exemplo da Cosmopolitan que circula em território brasileiro por Nova ou a Veja que nasceu em 1968 nos moldes da norte americana Time.

As características que podemos encontrar numa revista: um designer ou infográfico diferenciados; o texto que é feito de forma mais criteriosa para um público determinado; visão de mercado, pois os anunciantes investem em determinadas publicações por saber que seu alvo é leitor daquele exemplar; e principalmente imagem, maioria dos periódicos dão valor ao fotojornalismo, mais que os jornais que atualmente começam pegar o gancho do sucesso da fórmula.

Para quem quer aprofundamento no assunto o livro é o ideal, até pela leitura simplificada. O leitor consegue ter uma visão ampla sobre o mercado das revistas tanto no Brasil, quanto no mundo. Ganha um conhecimento de história, de tendência, de atuação relacionada a esse meio de comunicação.

Resumo - Marília Scalzo

Livro: Jornalismo de Revista (2008)
Autora: Marília Scalzo
Aluna: Nathália M. C. Mattos

O livro “Jornalismo de Revista” aborda o surgimento, a história, a evolução e a maneira como o jornalismo se apresenta nesse veículo impresso de comunicação.

Define “revista” como um veículo de comunicação que permite a coexistência de jornalismo e entretenimento. Além da relação estreita que a revista estabelece com seu leitor, em que confiança, credibilidade, expectativas, erros, acertos, críticas e elogios existem na interação. A revista fornece, ao seu leitor, a sensação de pertencimento à determinados grupos. Revistas exigem matérias confiáveis, que tragam análises, reflexões, ângulos diferenciados e informações completas.

As revistas abrangem os mais diversos assuntos em seu conteúdo: hábitos,modas, personagens, assuntos de um determinado período. Dessa maneira, estão diretamente ligadas à determinado período. Ao longo do século XIX a revista ganhou espaço, virou e ditou moda. Algumas circunstâncias foram fundamentais para esse progresso: o aumento dos índices de escolarização e a existência de população alfabetizada e interessada em ler.

Já os avanços técnicos na indústria gráfica, possibilitaram a melhoria na qualidade dos impressos, o aumento de tiragens e a atração de anunciantes. Um dos fatos, que mais contribuiu para o progresso do gênero, foi o nascimento da primeira revista semanal de notícias, a “Time”, criada por Briton Hadden e Henry Luce, em 1923, nos Estados Unidos.

A autora também trata da diferença das revistas para os outros meios. O primeiro aspecto apresentado é saber ouvir o leitor. Algumas estratégias são utilizadas: pesquisas qualitativas e quantitativas, telefonemas, cartas e e-mails. Na maioria dos casos de publicações bem-sucedidas no mercado, existe sempre algum modo de escutar periodicamente o público. Porém, é preciso continuar surpreendendo o leitor.

Outra diferença da revista para os outros meios é o formato. Seu papel e impressão também garantem uma qualidade de leitura. A periodicidade também interfere no trabalho dos jornalistas envolvidos em sua produção. É sempre necessário buscar notícias exclusivas, explorar novos ângulos, ajustar o foco para aquilo que se deseja saber, entender o leitor de cada publicação.

As revistas tem mercados segmentados por gêneros, idade, localização geográfica, por tema, dentre outras. Além da segmentação da segmentação, que escolhe um grupo menor dentro de outro grupo.

Existem conflitos entre a coexistência de jornalismo e entretenimento, mas, segundo Scalzo, há espaço para as duas coisas, desde que se perceba os limites e possibilidades de cada área, sem misturá-las.

Para tratar da definição do “bom jornalista de revista”, a autora afirma que os grandes princípios que regem o jornalismo são os mesmos que devem ser seguidos pelo profissional que deseja trabalhar em revistas.

Enumera os princípios que devem ser seguidos em qualquer meio jornalístico: apuração dos fatos corretamente, compromisso com a verdade, ouvir todos os lados, mostrar diversos pontos de vista, respeitar aos princípios éticos, ter qualidade de informação e bom texto, e lembrar que não escreve para si mesmo.

Scalzo afirma que uma boa revista tem um bom plano editorial e uma missão definida.