quarta-feira, 20 de abril de 2011

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. Contexto, 2003.

O que é afinal Jornalismo de Revista? Antes de tudo, para entender como se dá a dinâmica desse tipo diferente de jornalismo, Marília Scalzo esclarece o que é uma revista.

Trata-se de um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto... Enfim, uma mistura de jornalismo e entretenimento. A revista fala diretamente com o leitor, chama-o de você, além de ser um veículo de comunicação para públicos muito específicos.

Após definir as diferenças do jornalismo convencional para o jornalismo de revista, Scalzo faz um apanhado histórico do surgimento da revista em países como a França, Inglaterra e Estados Unidos, ressaltando os avanços que aconteceram com o passar das décadas. A peça fundamental para todas as mudanças ocorridas foi o nascimento do negócio das revistas, sendo os anunciantes responsáveis pelo aumento das tiragens e melhoria na qualidade dos impressos.

A autora utiliza um capítulo para falar da evolução da revista no Brasil, retomando então a história para explicar como se deu esse fenômeno, que se confunde com a história econômica e da indústria do país. Nas décadas de 50 e 60, com a publicação de fotonovelas – essas provenientes da Itália - houve grandes números de circulação de revistas brasileiras, sendo a Capricho a pioneira na época.

O grande diferencial das revistas é saber ouvir o leitor. Isso as diferencia dos outros meios. Deve haver uma grande sintonia entre o público e os jornalistas, o contato entre ambos é fundamental, seja por meio de pesquisas de opinião ou por meio do serviço de atendimento ao leitor. Além disso, o formato da revista a faz única, pois é fácil de carregar e colecionar. Outra distinção é a sua periodicidade, fundamental para que possa haver um aprofundamento dos assuntos abordados.

Por sua grande experiência como editora de diversas revistas, Scalzo expõe o panorama do mercado de revistas no país, citando os problemas e crises enfrentadas pelas publicações brasileiras. Ela ressalta a importância de se manter o foco preciso, uma segmentação muito específica de público.

O jornalista de revista, assim como qualquer outro profissional, deve ter a preocupação em desenvolver uma cultura geral, uma visão do mundo livre de preconceitos e um olhar crítico sobre o próprio ofício. Para aprimorar a escrita, o segredo é ler e escrever muito. Jornalistas que escrevem para revista devem conhecer o leitor para que saibam exatamente o tom com que se dirigir a ele. Dessa forma, o que vai determinar como se deve escrever em uma revista é o público para qual ela é feita.

O livro reforça também a importância do alinhamento de todos os profissionais que trabalham na revista. Todos os elementos, sejam escritos ou visuais que a compõem, devem estar alinhados, sendo reflexo do trabalho eficiente de bons profissionais que dialogam entre si.

Por Thuanne Silva

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