quarta-feira, 20 de abril de 2011

SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. São Paulo: Contexto, 2003.

O livro “Jornalismo de Revista” de Marilia Scalzo faz um estudo do surgimento e da relação do jornalismo de revista com outros segmentos da Comunicação, além da sua importância para os leitores, que mantém um relacionamento quase passional com esses veículos de informação e entretenimento. Muito do fascínio deste tipo de publicação vem justamente da capacidade que ele tem de construir fortes laços de empatia com seu público, além de possibilitar a sensação de inserção em determinados grupos.
O primeiro exemplar de revista foi criado em 1663, mas possuia a forma e o formato de livro sendo caracterizada como tal, por possuir público específico e periodicidade regular. Só a partir do século XIX, quando a população começa a ter acesso à educação, e com o crescimento do número de alfabetizados a revista ganhou espaço e ditou moda. Scalzo destaca que a revista ficava posicionada entre o noticiário do jornal e o livro, objeto visto como apenas para a elite, por isso pouco acessível.
Os avanços na indústria gráfica possibilitaram o crescimento da tiragem e maior qualidade da impressão, como efeito gerou uma maior quantidade de anunciantes. Outra consequência foi a redução do custo de produção e menor preço do exemplar. O progresso do jornalismo de revista se deu em 1923, com a criação da revista norte-americana “Time” por Briton Hadden e Henry Luce. A ideia era relatar notícias semanais do país, e do mundo, de maneira sistemática e organizadas por seções, tudo para que as pessoas não perdessem tempo em sua leitura.
O livro faz um apanhado geral da evolução histórica das revistas no Brasil, que chegaram no começo do século XIX junto com a corte portuguesa. Uma nova linguagem na imprensa nacional surge com o “O Cruzeiro”, idealizada pelo jornalista Assis Chateaubriand, dando atenção especial ao fotojornalismo.
A autora destaca as diferenças das revistas para os outros meios. Destacam- se o formato e a periodicidade. O tipo de impressão garante maior qualidade na leitura, e o processo de produção periódico permite direcionar notícias específicas para o leitor de cada publicação. Dentre todas as diferenças, talvez a mais importante seja a relação jornalista-leitor, em que a opinião do público é fundamental, através de e-mails, cartas, telefonemas ou de um espaço reservado, sempre existe algum modo de escutar periodicamente o leitor.
A especialização do jornalista de revista, apesar de ter função de entretenimento, deve ser constituída de responsabilidade social, credibilidade e ética. Scalzo salienta que a boa elaboração de um texto não se dá apenas pelo estilo do jornalista, o segredo está na apuração das informações precisas e qualificadas. "Não adianta querer ficar bordando um texto vazio de informação. Jornalismo não é literatura. Quando se tenta arrica-se a cair na literatice", afirma a autora.
No livro há detalhes sobre pauta, design, fotojornalismo e infografia. Segundo Marília Scalzo o bom texto de revista é o que deixa o leitor feliz, além de suprir suas necessidades de informação, cultura e entretenimento.

Por Gabriela Cirqueira 

Nenhum comentário: