quarta-feira, 20 de abril de 2011

SCALZO, Marília. Jornalismo de revista. 2ª ed. São Paulo: Contexto, 2004.

Um ponto que diferencia visivelmente a revista dos outros meios de comunicação impressa é o seu formato, sua periodicidade geralmente é semanal ou quinzenal, além disso, trata o leitor de você, fala com ele diretamente, às vezes, com intimidade.

Ao longo da história das revistas, logo se aprendera a inevitável necessidade de estabelecer um foco preciso para cada publicação, portanto para as revistas fica o meio termo: não falar com todo mundo e não individualizar seu leitor, diferenciando assim do jornal e da internet respectivamente.

A primeira regra é não escrever para si mesmo, principalmente no jornalismo de revistas, onde o leitor é alguém específico e o tipo de linguagem varia de uma publicação para outra. Imagine-se como um prestador de serviços, alguém que dá informações corretas, e não um defensor de causas e bandeiras.

Qualquer jornalista, seja qual for o meio em que irá trabalhar, deve ocupar-se em desenvolver uma razoável cultura geral, uma visão de mundo livre de preconceitos e um olhar crítico sobre o próprio ofício. O trabalho do jornalista obriga-o à reflexão e à permanente autovigilância.

Os princípios básicos do jornalismo são iguais para qualquer tipo de veículo: o esforço para apurar os fatos corretamente, o compromisso com a verdade, ouvir todos os lados que envolvem uma questão, mostrar pontos de vista na tentativa de elucidar historias, o respeito aos princípios éticos, a busca constante da qualidade de informação, o bom texto.

O bom jornalista de revista é aquele que, de antemão, consegue visualizar a matéria já editada na página. O texto, por mais perfeito que seja, será sempre melhor compreendido quando acompanhado de uma boa fotografia ou de um infográfico bem feito. Outro segredo do bom texto é o encadeamento de ideias, para isso, é necessário estabelecer um plano do que se vai escrever e depois procurar as melhores palavras, as melhores frases e reescrevê-las quantas vezes for preciso, ou possível.

Além do texto propriamente dito, há o título, que muitas vezes será a explicação de forma criativa e direta do porquê aquela matéria está ali publicada.

Em jornalismo, ética e técnica caminham juntas. O bom jornalismo é sempre tecnicamente bem feito – e o jornalismo tecnicamente bem feito tende a ser um jornalismo necessariamente ético. A integridade editorial está em cada jornalista, na condição de representantes dos leitores, o que os obriga a assumir responsabilidades claras, que incluem comportamento ético e transparente.

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