quarta-feira, 20 de abril de 2011

SCALZO, Marília. Jornalismo de Revista. 2ª ed . 122 p. – São Paulo : Contexto 2009.

A autora faz uma um passeio pela história das revistas, do seu surgimento até os dias atuais. E mostra particularidades e desafios para produzir uma revista de qualidade e mantê-la no mercado.
Uma revista é um veículo de comunicação, um produto, um negócio, uma marca, um objeto, um conjunto de serviços, uma mistura de jornalismo e entretenimento. Mas nenhuma dessas afirmações abrange completamente o universo que envolve uma revista e seus leitores. O editor espanhol Juan Caño define revista como uma história de amor com o leitor. Como toda relação, esta também é feita de confiança, credibilidade, expectativas, idealizações, erros, pedidos de desculpas, acertos, elogios, brigas, reconciliações.
Jornais e revistas são impressos e que é impresso, historicamente, parece mais verdadeiro do que aquilo que não é. Revistas são mais profundas que jornais e menos que os livros e não seguem o imediatismo das notícias, pois não é característico de seu meio, isso permite um jornalismo mais analítico, interpretativo que escuta várias fontes, contrapõem os fatos. E como diz Gabriel García Márquez ‘’a melhor notícia não é a que se dá primeiro, mas a que se dá melhor’’.
Enquanto os jornais nascem com a marca explícita da política, do engajamento claramente definido, as revistas vieram para ajudar na complementação da educação, no aprofundamento de assuntos, na segmentação no serviço utilitário que pode oferecer a seus leitores.
Existem muitas segmentações de revistas, as femininas – que representam hoje a maior fatia de mercado de revistas – as masculinas, do público adolescente, relacionadas à música, comportamento, moda, arte e consumo além das revistas científicas, de decoração e arquitetura e as que ensinam a cuidar do corpo.
Diferente de outros meios, as revistas sabem exatamente quem são seus leitores, são capazes até de visualizar seus rostos e para manter o contato direto tem o serviço de atendimento ao leitor e fazem pesquisas de opinião. Outro fator que diferencia as revistas é o seu formato e sua periodicidade.
O mercado tem sofrido uma severa crise nos últimos anos, principalmente porque há uma queda geral na quantidade e no tipo de anúncios que são veiculados em revistas. Contudo, as revistas já perceberam que não podem depender só de receita publicitária e terão que voltar a ganhar dinheiro com circulação, seja com assinantes ou venda em bancas.
Para a produção de uma boa revista é necessário o trabalho em equipe. A integração entre jornalistas, designes, e fotógrafos é obrigatória para que uma revista ofereça a seus leitores páginas ao mesmo tempo informativas e sedutoras. O primeiro passo é a capa a que precisa ser o resumo da edição, uma espécie de vitrine para o deleite e a sedução do leitor.
A escolha da pauta é meio caminho andado em direção ao sucesso, além do design que em revista não é arte e sim comunicação, informação, é arma pra tornar a revista e as reportagens mais atrativas, mais fáceis de ler, uma boa imagem (fotografia) é a porta de entrada para a revista assim como os infográficos.
Scalzo salienta a importância da ética não só no jornalismo de revista mas todo bom jornalismo. E os jornalistas devem perseguir a precisão, a objetividade e a imparcialidade, defender o direito à informação e o interesse público.
Por último discorre sobre sua experiência como redatora-chefe da revista Capricho em seu ‘’reposicionamento de mercado’’ entre 1990 e 1992.

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