domingo, 1 de maio de 2011

Comentário - Eliane Brum

Livro: A vida que ninguém vê (2006)
Autora: Eliane Brum
Aluna: Nathália M. C. Mattos

O livro “A vida que ninguém vê” é um conjunto de perfis escritos por Eliane Brum, que conta a história de pessoas, que apesar de às vezes estarem presentes no mesmo lugar que tantas outras, é como se ninguém as visse.

Dessa maneira, ela traz perfis de pessoas comuns, desconhecidas, mas, que tem belas histórias de vida. O trabalho da jornalista se baseia na ideia de que tudo pode virar uma grande reportagem nas mãos de um grande repórter.

Ao ler o livro, a minha primeira providência com a leitura dos primeiros perfis, foi tratar de avaliá-los com estrelas, como a padronização hoteleira, até classificar os melhores com as famosas “cinco estrelas”.

Desse modo, apresentarei breves relatos dos perfis que eu não gostei: “O conde decaído” e “O álbum”.

Ambos não entraram na minha classificação de estrelas. As histórias me pareceram muito confusas, dispersei minha atenção durante a leitura, além de achá-las pouco interessantes.

Entretanto, quatro perfis do livro me fizeram dar a máxima avaliação, recebendo assim as cinco estrelas. Foram histórias que emocionaram e me impulsionaram a repeti-las para outras pessoas.

Os perfis preferidos foram: “História de um olhar”, “O chorador”, “Frida...” e “Eva contra as almas deformadas”.

“História de um olhar” é extremamente comovente, pois, trata de uma pessoa discrimininada, que passa a interagir em um ambiente escolar, com crianças que demonstram, através de seus depoimentos bondosos e inocentes, a vontade de integrá-lo entre elas. Além disso, a própria relação da professora com o aluno discriminado e sua inserção social, revela que ambos os lados podem sair beneficiados. Seja o aluno pela sua inserção, habilitação e aprendizado, seja a professora pelo sentimento de dever cumprido.

“O chorador” trata de um homem que mantém um hábito esquisito, mas que sobreutdo, envolve sentimentos, piedade, solidariedade, pelo simples fato que sente a dor da morte, mesmo das pessoas que nunca conheceu. Mesmo sendo questionado, ele enxerga razões de respeitar aquele momento, se fazendo presente, chorando um choro de angústia e extrema tristeza. A convicção de que aquele é o seu dever, o leva a manter o costume e defendê-lo para todos aqueles que não compreendem sua atitude. É como se fosse algo sublime.

“Frida...” é um perfil muito interessante. É o meu favorito nesse livro. Apresenta a história de uma senhora que se faz presente no meio de políticos, vivendo sua própria realidade, atividades, deveres, dilemas, amores e problemas. Em muitos momentos, a história de Frida, se assemelha a uma comédia, seja pela espontaneidade das suas atitudes, seja pela inocência da suas ações.

“Eva contra as almas deformadas” é uma lição de vida. Apresenta as adversidades de um ser humano, a luta, as derrotas, as vitórias, as dificuldades de um mundo coberto de preconceitos, desrespeito e desumanidade. Serve de incentivo, por ser o retrato da vontade, persistência, garra e coragem de lutar pelo que se quer.

Para concluir, ressalto que o livro é extremamente interessante. Desperta a vontade de ser relido na tentativa de nos aproximar, de novo, daquelas pessoas reais ali retratadas. Para os profissionais do Jornalismo, essa obra é a prova de que os perfis podem ser feitos sobre todas as pessoas e podem ser, sim, muito apaixonantes, porque todo o ser humano tem uma história única a contar.

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