domingo, 10 de abril de 2011

CAPUTO, Stela Guedes. Sobre entrevistas: teoria, prática e experiências. Rio de Janeiro: Vozes, 2006. P. 59-68

Nessas páginas do livro “Sobre Entrevistas: Teoria, prática e experiências”, de Stella Guedes Caputo, a autora basicamente dá dicas de como se portar antes, durante e depois das entrevistas e como proceder para que sua entrevista saia com profissionalismo e com o valor mais difundido no Jornalismo: a veracidade das informações.

O capítulo é dividido em 18 tópicos, sendo cada um com uma dica muito importante sobre como entrevistar. Os três primeiros capítulos são dicas sobre o que os jornalistas devem fazer antes de cada entrevista, como a elaboração de um roteiro, que é muito importante mas que pode ou não ser seguido à risca, já que a entrevista tem que ter uma certa dinamicidade. Outra dica que a autora dá, que serve principalmente para jornalistas iniciantes (os chamados “focas”), é ter o hábito de perguntar sempre se pode gravar aquela entrevista ou fotografar o entrevistado para que não fique chato o fotógrafo tirar uma foto e depois o entrevistado pedir para não publicá-la. Outra dica dos tópicos iniciais, é que o jornalista se informe sobre quem será entrevistado, o que a pessoa faz, quais foram seus projetos mais marcantes, os mais novos, enfim, é importante que se tenha um leque de informações sobre o entrevistado para quando chegar na hora, saber o que falar sobre ele ou ela ou até para a confecção das perguntas.

Os próximos 11 tópicos (do quatro ao 15) abordam assuntos que devem ser explorados durante a entrevista. Muitas dicas parecem simples e nos fazem pensar “claro que farei isso, nem precisavam ser ditas”, mas, como a própria autora cita, muitas pessoas esquecem, por exemplo, de checar se o gravador tem fita ou até inventam contextos quando não entendem o que o entrevistado falou. A dica que Caputo dá é: ligar para o entrevistado para confirmar o que ele ou ela disse, será chato para ambos os lados, mas formará uma relação de confiabilidade entre o entrevistado e o entrevistador. Ainda sobre o gravador, a autora fala que é muito importante gravar uma entrevista (se for autorizado pelo entrevistado) porque o áudio é uma forma de provar que o entrevistado realmente disse o que está escrito, é mais recomendado ainda para entrevistados polêmicos.

Os últimos tópicos envolvem a parte da pós-produção da entrevista: edição, seleção (que ela deixa claro que “escolher é excluir”) e publicação. A autora diz que o mais importante é que as questões estejam numa ordem coesa e divididas por temas, mesmo que as perguntas sejam feitas em ordem aleatória. O importante é a edição, que tem que fazer com que elas façam sentido mesmo em ordem diferente. O importante de uma entrevista, também, é a escolha do título. Caputo, particularmente, acha melhor pegar uma frase do entrevistado e colocar como título entre aspas, mas essa escolha deverá ser feita com muito cuidado porque a frase, geralmente muito pequena, tem que resumir a entrevista. Importante também são os olhos da entrevista, têm que ser bem selecionados.

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