segunda-feira, 11 de abril de 2011

Resumo - Stela Guedes Caputo


Livro: “Sobre entrevistas, teoria, prática e experiências”
Autora: Stela Guedes Caputo
Parte do livro: “Notas Gerais sobre entrevistas (ou 15 coisas que não podemos esquecer quando entrevistamos) - páginas 46 à 54
Aluna: Nathália M. C. Mattos

Nessa parte do livro, a autora Stela Guedes Caputo aborda um conjunto de ações, questões e comportamentos comuns na prática de jornalistas que lidam com entrevistas.

Dessa maneira, Caputo destaca 15 aspectos fundamentais, que apesar de parecem insignificantes e algumas vezes serem esquecidos, fazem a diferença na prática e nos resultados de uma entrevista.

O primeiro aspecto trata da permissão que o jornalista deve solicitar ao entrevistado em relação a gravação dos seus depoimentos e as suas fotografias. É preciso explicar qual o objetivo da entrevista, qual o veículo em que será divulgada. Em caso de respostas negativas, podemos questionar o motivo, entretanto, respeitar a opção do entrevistado. Além disso, existe a possibilidade do entrevistado querer dar algum depoimento em off, o que significa que o o jornalista deve desligar o gravador.

O segundo ponto está ligado ao grau de informações que o jornalista obtém sobre a pessoa que ele vai entrevistar. O ideal é que esqueça o estigma de que “jornalista tem que saber tudo” e com isso, não apenas leia a pauta dada pelo editor, mas também recorra a informações complementares, que hoje em dia é bastante facilitada pelo uso da internet.

O terceiro elemento é a elaboração de um roteiro que permita uma organização das ideias, porém que não impeça o surgimento de outras perguntas durante o diálogo. O quarto aspecto está relacionado ao modo como o jornalista se preparou para o encontro. Ou seja, é preciso que ele esteja prevenido para qualquer surpresa e tenha, sobretudo, verificado seu material: a pilha do gravador, as fitas e esteja prevenido.

O quinto ponto chave é a maneira de dialogar e tratar o entrevistado. Uma forma simples de resolver esse impasse é questioná-lo sobre o modo que deseja ser chamado. Caso prefira não perguntar, o desejável é utilizar “senhor (a)”, pois, demonstra distância e respeito.

O sexto item trata de algo fundamental: a atenção dada às respostas dos entrevistados. Isso permite a existência de uma conversa autêntica, que apesar de seguir um roteiro, se desdobra espontaneamente. O sétimo lembrete ressalta a importância de permitir que o entrevistado apresente suas ideias sobre o assunto em pauta. Isso porque mesmo que você já saiba determinadas informações sobre o entrevistado, parte do público ainda deseja conhecê-las. É essencial lembrar que mesmo propondo questões mais elaboradas, o foco não é jornalista e sim o entrevistado.


O oitavo aspecto é relacionado a apresentação de referências e fontes quando construímos uma entrevista. Se uma ideia não nos pertence, devemos explicitar de quem elas são. O nono ponto é o reconhecimento do limite, pois, uma entrevista deve ser relevante, mas, diante de possíveis recusas é preciso respeitar a opção do entrevistado. O jornalista pode insistir, desde que seja transparente e sempre reconheça que deseja retornar a determinada questão, sendo sutil e respeitoso no diálogo.

Já no décimo elemento, a autora aconselha que apesar de confiar na própria memória, o jornalista deve se prevenir e utilizar alguns utensílios para facilitar a resolução de imprevistos. Por isso, o gravador é essencial também quando pessoas polêmicas são entrevistada, já que servirá como uma prova. O bloco e a caneta também são importantes para anotar dados relevantes que podem ser abordados novamente na entrevista ou devem ser ressaltados na hora da edição.

O décimo primeiro quesito interligado ao anterior, enfatiza que na ausência de dados, não se aconselha que o profissional de jornalismo crie pessoas e depoimentos, é preciso trabalhar com a verdade.
O décimo segundo lembrete é a paixão com que se realiza uma entrevista. Segundo Caputo, é preciso “amar” e ouvir o outro. Ela afirma também que uma boa entrevista acontece a três: o jornalista, o entrevistado e o leitor.

O décimo terceiro aspecto é a permissividade para que o entrevistado possa adicionar alguma informação mesmo sem ser questionado. É preciso que ambos desejem encerram a conversa. O décimo quarto trata da perda do fio para que seja recuperado o sentido da nossa escrita.

O décimo quinto item trata da edição. Ou seja, nesse processo devem ser escolhidas as perguntas fundamentais. Dessa maneira, a autora afirma que é preciso aprender a escolher, ou seja, excluir perguntas e respostas, pois, em sua opinião edição pode ser definida como “a arte de cortar bem”. Ainda nessa vertente, Caputo conclui que é importante organizar o texto e manter as perguntas em blocos por temas, até mesmo para facilitar a dinâmica do leitor, ou utilizar a expressão “voltando ao assunto” na introdução das perguntas, artifício que não deve ser repetido muitas vezes.


A importância de escolher bons títulos e olhos para uma entrevista também aparecem como pontos fundamentais. Os olhos devem destacar pensamentos importantes e interessantes do entrevistado.

A revisão é colocada como um dos aspectos que devem ser cuidadosamente realizados e, sobretudo, feitos com prazer. Em caso de dúvidas sobre alguns termos é aconselhável entrar em contato com o entrevistado, pois, mesmo existind a possibilidade de incomodá-lo, a fidelidade no conteúdo que será publicado é indispensável e demonstra o profissionalismo do jornalista em relação à fidelidade do que foi dito.

Nenhum comentário: