segunda-feira, 11 de abril de 2011

CAPUTO, Stela Guedes. “Sobre entrevistas: Teoria, prática e experiências”

No capítulo dois desse livro, a autora lista 15 situações que os jornalistas nunca devem deixar que ocorram no momento em que eles realizam uma entrevista. Inicia seu texto afirmando que por mais que algumas listagens pareçam bobas são extremamente indispensáveis e comenta “desconfie sempre da memória”p63.

Fala da importância de manter um relacionamento sincero e respeitoso com o entrevistado, estar sempre informado e não evitar perguntas básicas como “ Posso gravar?”, ou tratar o entrevistado com “Senhor(a)”, dão um caráter profissional e sério ao trabalho. Roteiro de entrevista, testar os equipamentos, luz, são de extrema importância, “Então, mesmo que você tenha anos de profissão, verifique seu material antes da entrevista. Cheque tudo antes...Não dispense o 1,2,3 gravando.”p61.

Segundo Caputo, ter consciência de ter um bom roteiro é a certeza de uma boa entrevista, mas para ter uma consistente e se conseguir aproveitar tudo o que o entrevistado tem a responder só ouvindo de verdade. Tratar o ato de entrevistar como um verdadeiro diálogo, com interação e não uma aplicação de questionário é o dever do jornalista.

Ensina alguns artifícios de como conseguir do outro, explanações ou mesmo breves comentários sobre algum tema, contudo faz uma ressalva, “A transparência sempre é o melhor caminho.”p63. Insistindo-se sutilmente em determinado assunto ou utilizando de citações do próprio entrevistado para que ele esclareça são alguns dos meios descritos.

Ressalta o papel especial das fontes e da apuração de cada informação. “Por favor, não invente ninguém. Se você gosta de criar, ótimo! Faça um conto, escreva um romance, um roteiro para ficção. Em entrevistas, converse com quem existe.”p64.

Finaliza o capítulo lembrando a importância de dar a última oportunidade ao entrevistado de se expressar, da parte mais difícil de se redigir uma matéria, a edição, e de sempre organizar os eixos, eleger um título, revisar e publicar sem medo. Descreve a importância de ser ter amor pelo que se faz, “A construção de um texto que não é feito só pelo jornalista, é feto de perguntas e respostas, é feito também pelo entrevistado e é feito também pelo leitor. Se você ama escrever assim, certamente será um bom entrevistador.”

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