sábado, 16 de abril de 2011

RESUMO: Os métodos de apuração (cap 3 do livro A apuração da noticia: métodos de investigação)

Neste capítulo Luiz Costa irá tratar dos métodos de investigação na imprensa. No inicio do capitulo ele usa o exemplo do que aconteceu na época do atentado de 11 de setembro para demonstrar os equívocos que podem ocorrer quando não se faz uma apuração de dados como se deve.

Luiz afirma que o ato de “noticiar é selecionar fatos e organizar em sentido”, pois não é possível numa reportagem expor a realidade pronta e acabada. Nesse sentido o maior desafio d repórter é “encontrar evidencias soterradas em camadas de versões, procurar certezas num jogo de incertezas”. Segundo Luiz, “o que distinguira o jornalista serão os passos que der para atingir o ‘disponível’ que chamamos de real, seus critérios para não se deixar levar por falhas de percepção, pela rotina produtiva, pelo engano das fontes”. O autor afirma que não cabe ao jornalista transferir dúvidas ao público, por isso, ele deve verificar as diferentes versões de fato publicando apenas aquela que se provar por meio de evidencias, somente será mantida a apuração que tiver respaldo.

O repórter precisa ter um compromisso em expor o que Costa chama de visão plural do fenômeno investigado, que é a conjugação do nível de incerteza, fragilidade dos dados, e da necessidade de solidez do fato, expô-lo da maneira mais consistente possível. No entanto, a própria natureza da atividade jornalística (redações enxutas, profissionais sobrecarregados, prazos curtos de fechamento) contribui para que o processo de construção da notícia seja impreciso. Para dar conta de fazer cumprir suas tarefas de forma precisa e consistente, driblando as armadilhas encontradas na internet e nos releases, os jornalistas precisam estabelecer um planejamento de investigação, que se manifestará na sequência de procedimentos de apuração das informações de uma reportagem. Luiz afirma que esses procedimentos serão executados em três momentos: no planejamento da apuração, na revisão do material apurado e na revisão das informações editadas.

Luiz serve-se do esquema de investigação jornalística elaborado por Daniel Samper e descreve no capítulo as fases de: elaboração da pauta, pré-produção e produção, ficando a cargo do capítulo 4 de seu livro descrever a etapa final, a pós-produção.

No estagio de elaboração da pauta o jornalista faz a sondagem inicial que é uma apuração preliminar, através da qual ele terá uma base de informação que direcionará sua investigação e estabelecerá a viabilidade de sua pauta, a partir desse momento ele passa para a confecção da pauta, que o autor faz questão de diferenciar de tema (este é mais amplo). Para formulação da pauta o jornalista pode fazer um plano de ação no qual ele definirá as informações obtidas, as que precisa obter e lista de fontes onde poderá consegui-las. Na pré-produção será feita a analise das fontes, usando da idealização de Nelson Traquina a esse respeito, Luiz diz que as fontes serão escolhidas levando em conta três fatores: a hierarquia da autoridade, a produtividade (qualidade e quantidade de informações que ela pode dar) e sua credibilidade. As fontes poderão ser abordadas levando em conta ordem de importância ou a ordem de critica. Na ordem de importância sairá das fontes menos importantes para as mais importantes, pela ordem de critica será abordado primeiro as fontes desfavoráveis e depois as favoráveis. Durante a produção o repórter tem a chance de detectar erros de avaliação de sua pauta e o implicado na noticia tem sua chance de defesa. O repórter não pode contentar-se com apenas um aspecto da história, ele precisa validar as informações com pelo menos duas outras fontes e só poderá publicar sua matéria quando tiver informações abundantes e precisas, mesmo que pra isso tenha q voltar a contatar as fontes.

Depois de escrita matéria ela será revisada pelo editor que precisa verificar uma lista de checagem dada por Costa, onde está presentes o respaldo das informações fornecidas, se a matéria é justa com todos os envolvidos e se falta algo. Para a etapa de fechamento, Luiz Costa traz as considerações feitas por Kovach e Rosenstiel que traz a técnica de verificação chamada de “edição cética”, onde o editor age de forma como se desconfiasse de tudo o que está escrito, ela é feito com o rigor de um interrogatório. Estão incluídos nesse método questões como: “Por que deveria o leitor acreditar nisso” e “Como sabemos disso”.

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