quarta-feira, 13 de abril de 2011

Resumo dos capítulo 3 do livro "A apuração da notícia - métodos de investigação na imprensa" de Luiz Costa Pereira Junior

O capítulo 3 do livro A apuração da notícia trata dos métodos de apuração da notícia. O capítulo é iniciado com relatos acerca da cobertura jornalística dos atentados dos 11 de setembro de 2001. O propósito é ilustrar a insuficiência de apuração e falta de precisão das pesquisas e dados no caso, que se tratou da maior mobilização já feita pelos diários num instante em torno de um mesmo fato.

Segundo o autor, construir sentido é reduzir incertezas no jornalismo, ou seja, noticiar é selecionar fatos para organizar um sentido. A função do jornalista é sedimentar uma realidade sólida para o público. O exemplo dos atentados de 11 de setembro deixa claro que a busca pela verdade dos fatos é, na realidade, a busca pela legitimação de um sentido. O grande desafio é encontrar evidências soterradas em camadas de versões, sendo o jornalista um processador das camadas verificáveis da realidade.

Partindo do princípio que a notícia é construída no cuidado com a verificação, o rigor na apuração deve partir da premissa de que cada afirmação, cada linha, só deve ser mantida depois de respaldada. O repórter, de acordo com Pereira Jr, tem um compromisso com a visão plural de cada fenômeno ocorrido. A conduta do jornalista só poderá ser a de quem busca uma única e exclusiva “verdade”, entretanto ele ressalta que o profissional deve possuir espírito aberto para não cegar diante da evidência contrária ou ignorar a pluralidade de versões possíveis.

A espinha dorsal do trabalho jornalístico é a investigação e apuração de informações, o que faz um relato impresso ser jornalismo, não literatura. Contudo, o processo é impreciso, pois envolve a retórica, a ética e a técnica, fazendo com que o produto do trabalho jornalístico seja sempre uma combinatória desses fatores.

O planejamento pode facilitar a apuração jornalística. O colombiano Daniel Samper apresentou uma série de etapas para a investigação, servindo no texto de Pereira como um roteiro para a apuração, complementado com contribuições de outros autores. A primeira fase do planejamento da apuração trata-se da elaboração da pauta em que é feita a sondagem inicial e a apuração preliminar. A segunda fase é a pré-produção, quando são analisadas as fontes e é dada a sequência de abordagem. A produção propriamente dita acontece na terceira fase, tendo como principal característica a confrontação de informações e a checagem.

Na hora do fechamento, a chamada “edição cética” é um dos sistemas familiares à imprensa americana para um editor testar a apuração de sua equipe. Feita com rigor de um interrogatório de tribunal, esse sistema prescreve julgar a matéria linha por linha, declaração por declaração, editando as afirmações e os fatos para que não ocorram erros inconscientes.


Por Thuanne Silva

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