segunda-feira, 11 de abril de 2011

"Sobre entrevista: teoria, prática e experiencias"

No segundo capítulo de seu livro Stela trata do que considera ser o conjunto de ações, questões e comportamentos que o jornalista deve ter quando realiza qualquer entrevista. Um dos pontos destacados é a necessidade de desconfiar da memória, por isso, é preciso munir-se com bloco de anotações e gravador. No entanto, o uso de gravador, bem como, de câmeras fotográficas só pode ser feito com o consentimento do entrevistado, pois há casos em que a fonte quer dar informações em off e precisa saber quando está ou não tendo sua declaração gravada. Alertando para o fato das tecnologias falharem; Stela recomenda que os gravadores sejam testados e que sejam verificadas pilhas e fitas.

Informar-se sobre o entrevistado deve ser o primeiro passo no sentido de preparar-se para a entrevista. Até porque será a partir dos dados que serão obtidos que o jornalista poderá criar o que Stela chama de "roteiro", que seriam as perguntas fundamentais a serem feitas. Outras perguntas poderão surgir no decorrer da entrevista, mas para que isso aconteça é fundamental estar atento ao que é dito, às respostas, isto tornará a entrevista menos "engessada", dando-lhe um caráter de conversa. A autora recomenda que quanto ao tratamento senhor ou senhora constitui a forma ideal quando não há intimidade com o entrevistado.

Stela destaca que o jornalista não deve tentar aparecer mais que o entrevistado e, em muitos casos, diz ser necessario fazer perguntas ainda que se saiba as respostas, para que o entrevistado tenha a chance de expor suas ideias. Enquanto se prepara para entrevista o jornalista ler diferentes materiais sobre o tema que será abordado e na confecção das perguntas as fontes que foram consultadas precisam ficar claras, não se pode tomar para si ideias de outros. Da mesma forma como não se pode apropriar-se do que foi dito por outra pessoa, não se deve inventar um alguém para dizer algo (inventar fontes). Stela adverte para casos em que a fonte se recusa a falar de determinados assuntos: insistir demais em obter a declaração da fonte se torna um ato inconveniente e mal-educado.

Stela defende que a entrevista deve ser finalizada pelo entrevistado, então a última pergunta a ser feita deve ser: "Tem alguma coisa que você (ou o senhor ou a senhora) gostaria de falar?", no caso de resposta negativa, obviamente a pergunta não será publicada.

Depois de feita a entrevista é hora de editá-la; organizar os eixos, a linha do temas que foram abordados; eleger o título e os olhos da entrevista, normalmente declarações do entrevistado; revisar e publicar. Um ponto destacado por Stela que considero ser fundamental ao desenvolvimento de todo este trabalho é a paixão pelo oficio.

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