sexta-feira, 15 de abril de 2011

CAPUTO, Stela Guedes, Sobre entrevistas: Teoria, prática e experiências- Petrópolis RJ: Vozes, 2006.Cap. 2 Pág.59-68

A autora traz 15 dicas de como proceder com uma entrevista, coisas que não devem ser esquecidas. Primeiramente perguntar se pode gravar/fotografar. Explicar o que é a entrevista e para onde é. Respeitar o pedido do entrevistado, caso este queira dizer algo em off, desliga-se o gravador. Efetuar uma pesquisa antes sobre o entrevistado, não ser arrogante(achar que sabe tudo sobre qualquer coisa) ou negligente(não ler, perder ou esquecer-se de ler) as informações recebidas do editor.

Fazer um roteiro, com perguntas que jugue importantes, não o seguindo a risca, deixando espaço para as novas perguntas na hora da entrevista é outro ponto importante que deve ser seguido pelo repórter. Verificar sempre se o gravador está funcionando corretamente, se estar realmente gravando, para que não se perca os dados coletados. Tratar o entrevistado respeitosamente sempre como senhor/senhora, mudando de tratamento somente quando autorizado dessa forma o entrevistado saberá que o repórter o respeita e não quer intimidade.

Durante o diálogo o jornalista deve prestar atenção no que o entrevistado diz, manter com o mesmo uma conversa autêntica, ouvindo-o. O jornalista não deve disputar com o entrevistado, não deve aparecer mais que este. Deve efetuar perguntas que mostre quem é o entrevistado para o publico, mesmo que o jornalista já o conheça e saiba as respostas. Quanto ao uso de fontes, no decorrer da entrevista ao citar uma pergunta já conhecida, do entrevistado ou outra pessoa, é necessário deixar claro as referências e fontes citadas. O jornalista deve reconhecer o limite, não ser inconveniente, ou mal-educado, se o entrevistado se recusa a responder a alguma pergunta, volta-se ao ponto em outro momento da conversa, sempre educadamente, insiste-se, com transparência.

O uso de bloco de nota sé recomendado, assim como o gravador, para que se possa reconstituir o mais fiel das informações. Não inventar personagens, para tanto o jornalista deve fazer anotações claras, num bloco de notas com folhas fixas, para não perder as informações para não criar personagens e divulgar informações erradas.

Como sinaliza a autora para se construir entrevistas é necessário ter paixão, amar conversar com o outro, ouvir o outro. É preciso amar a pesquisa, amar conhecer gente nova, amar um bom papo. A boa entrevista acontece a três: entrevistador, entrevistado e leitor. Ela acontece quando entrevistador e entrevistado se olham nos olhos e abrem junto um espaço de confiança, num mundo de tantas desconfianças. Um espaço de diálogo. O resultado disso é a construção de um texto que é não é feito só pelo jornalista, é feito de perguntas e respostas, é feito também pelo entrevistado e é feito também pelo leitor.

Quando todas as perguntas do repórter já foram respondidas o jornalista deve perguntar se o entrevistado tem algo mais a falar/acrescentar é o entrevistado que decide quando a entrevista acaba. Chegado o momento da escrita o jornalista tem que se deixar envolver, encontrar e reencontrar o fio que orienta a escrita. Escolher os temas e editar é o passo seguinte. Sendo o tempo curto, dar-se preferência pelas perguntas mais importantes, que devem ser organizadas em eixos por blocos de temas. Elege-se o titulo e olhos do texto, sendo o que o titulo pode ser uma citação retirada do texto, identificada com aspas, o mesmo ocorre com o olho. Ultimo passo, revisar e publicar, mas se houver qualquer duvida em relação ao que o entrevistado disse alguma palavra não entendida o procedimento é ligar para o mesmo e esclarecer a dúvida. Dúvida esclarecida, pode publicar a entrevista.

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