domingo, 10 de abril de 2011

Resumo de trecho do livro “Sobre entrevistas, teoria, prática, experiências”, de Stela Guedes Caputo (p. 59 a 68).

No livro “Sobre entrevistas, teoria, prática, experiências”, da jornalista Stela Guedes Caputo, a autora compartilha conhecimentos sobre a prática de entrevistar com iniciantes na área. Das páginas 46 a 54, mais especificamente, Stela enumera 15 dicas que considera essenciais para orientar o ato de entrevistar. A primeira delas é pedir autorização antes de fazer qualquer gravação ou registro de imagens. Nesse ponto, a autora lembra que, em caso de entrevistas curtas, principalmente em meio de tumulto em eventos sociais, não é necessário fazer esse pedido.
Após essa dica primária, Stela destaca a importância de estar informado sobre o entrevistado. De acordo com ela, não há nada pior que estar diante de alguém para entrevistar e não ter a menor ideia de que pergunta fazer. Assim, o melhor seria ler as informações que o editor passar e aprofundar a pesquisa com mais informações.
Feito isso, a terceira dica é elaborar um roteiro de perguntas, sem excluir a possibilidade de fazer novas questões e intervenções durante a conversa. Um detalhe também é destacado por prevenir contratempo: verificar se o gravador funciona bem. Sobre o tratamento que deve ser dado ao entrevistado, Stela aconselha usar sempre “senhor”, para evitar gafes.
A sexta indicação feita pela jornalista é que o repórter ouça realmente o entrevistado. Ao invés de “pensar na vida” enquanto entrevista, o ideal seria prestar atenção no que a pessoa diz para poder fazer boas interferências e não apenas seguir o limite do questionário.Outra importante questão no ato de entrevistar, de acordo com a autora, é se colocar no lugar do leitor ao fazer as perguntas. Então, mesmo que o repórter tenha conhecimento da reposta, algumas questões devem ser feitas. O jornalista tem que evitar aparecer mais que o entrevistado e dar espaço para ele apresentar seu conteúdo.
Stela Guedes indica ao jornalista principiante a citar a fonte claramente quando for comentar a ideia de algum autor, para não cometer o erro de “roubar” o pensamento de outra pessoa. A autora também atenta para o entrevistador respeitar o direito do entrevistado de não responder a determinadas leituras. Insistir pode ser interessante, mas ela indica a transparência. É melhor dizer “Sei que estou insistindo, mas gostaria de voltar a esse ponto” do que usar truques.
A décima sugestão para realizar uma entrevista é utilizar um gravador, principalmente no caso de entrevistas grandes. Além de servir como prova do que o entrevistado declarou, também permitiria uma maior fidelidade ao que foi realmente dito. Porém, a presença do gravador não excluiria a utilização de um bloco para anotações que podem ajudar no momento da edição. Ainda sobre o registro de dados da entrevista, a autora atenta para a organização e a honestidade. O repórter deve ser cuidadoso para não esquecer perguntas ou até mesmo perder dados. Caso haja algum erro, o melhor seria ser sincero do que inventar a existência ou discurso de alguém simplesmente para cumprir a pauta do editor e evitar retaliações.
Stela destaca a necessidade de se abrir um espaço de diálogo verdadeiro entre o entrevistado e o repórter. O texto final dependeria do que é feito pelo jornalista, pelas perguntas e respostas, pelo entrevistado e também pelo leitor.A entrevista precisaria ser boa para os dois. Por isso, é sugerido que o entrevistador questione se a pessoa tem mais algo a acrescentar, pois a decisão de acabar não deve ser exclusiva do jornalista.
Na hora da edição, segundo a autora, é preciso entender que escolher uma coisa implica em excluir outra. Então, mesmo que o jornalista iniciante considere boas todas as perguntas, terá que compreender que algumas deverão ser cortadas. Em meio a uma variedade de temas que podem ser abordados durante a entrevista, quando o entrevistado cita um tema que o entrevistador irá retomar depois, a edição pede uma organização por blocos de assunto. Stela sugere que o título seja a frase do entrevistado que mais revele o espírito da entrevista. Já o olho seria outra declaração que merece destaque além do título. A edição seria um momento em que apareceriam alguns problemas, como por exemplo, a dúvida sobre alguma palavra que o entrevistado disse. A autora, então, aconselha que o repórter ligue para o entrevistado e pergunte o que ele realmente queria dizer. Esse ato pode até causa um incômodo à pessoa, mas ao menos irá demonstrar que o jornalista teve cuidado em ser fiel ao que foi dito.

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