quarta-feira, 13 de abril de 2011

PEREIRA Junior, Luiz Costa. A apuração da notícia : Métodos de investigação na imprensa. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. P.67-91.

 Em seu texto, o autor ressalta a importância da apuração no jornalismo e todo o percurso cheio de obstáculos que a envolvem. Como exemplo, cita o contexto do 11 de setembro, em que as informações que chegavam às redações vinham em tamanha quantidade e eram tão imprecisas que, diante da necessidade de publicar, muitas chegarão às páginas e logo cedo já haviam sido desmentidas.
 No processo, há de se tomar cuidado para não serem publicadas duas fontes que se contradizem, sem que haja um relato no qual se possa confiar. Não é papel do jornalista levar dúvidas ao público, mas respostas. Nesse sentido, deve-se ter em mente o que o autor chama de visão plural dos acontecimentos, em eu são levados em conta dois fatores: o nível de incerteza das informações obtidas e a necessidade de solidez para que se publique.
 O profissional deve buscar uma verdade, tendo em mente que esta é composta por uma pluralidade de fatos. Para tal, é preciso ouvir várias fontes, mas não se pode deixar-se levar e acreditar em tudo o que falam. Elas podem mentir ou, ainda que não tenham essa intenção, declarar algo em que de fato acreditam, enquanto na verdade estão sendo enganadas.
 Para uma boa apuração, é preciso ter disciplina. O primeiro passo é planejá-la, a começar da elaboração da pauta. Essa se compõe da análise da relação das informações já obtidas e as por obter, além das fontes (quais as mais importantes e como encontrá-las). Depois, entra a etapa da pré-produção. Essa inclui uma avaliação estratégica das fontes, observando o cargo que ocupam e sua autoridade, a credibilidade e a produtividade (quantidade e qualidade de informação a ser dada). É necessário observar a ordem das entrevistas, uma vez que seja evitado chegar à fonte mais importante com lacunas a respeito dos dados que se quer obter. Para tal, o autor cita duas possibilidades: começar por ordem (crescente) de importância ou por ordem de crítica (primeiro fontes técnicas ou neutras, em seguida as favoráveis e, por último, as desfavoráveis ao acontecimento). O terceiro passo é a produção, que envolve checagem da informação, validar cada uma com pelo menos duas fontes. Por último, deve-se revisar o material apurado, papel do editor.

Por Flávia Faria

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