quinta-feira, 14 de abril de 2011

Resumo: A apuração da notícia. Métodos de investigação na imprensa, Luiz Costa Pereira Junior. Petrópolis RJ : Vozes, 2006. Pág. 67-91.

Neste capítulo o autor, Luiz Costa Pereira Junior trata dos métodos de apuração da notícia. Usando o atentado terrorista de 11 de Setembro 2001, em torno do qual ocorreu um fértil volume de fatos imprecisos e não confirmados de especulação e boatos, espalhado mesmo por fontes confiáveis, marcou aquela que foi a maior mobilização já feita em torno de um mesmo fato. E para ilustrar essa situação o autor usa o exemplo dos jornais impressos brasileiros, que divulgaram informações equivocadas do número de mortos, assentando a insuficiência da mediação das agências e das fontes secundárias.


No jornalismo, construir sentido é reduzir incertezas. Cabe ao jornalista sedimentar uma realidade sólida para o público, sem enganá-lo com a falsa promessa de uma realidade ‘’real’’, pronta, acabada. Além de testar cada contradição entre fontes, até que a incongruência das versões seja descartada e reste somente uma versão em que se possa confiar.


A apuração de informações, a investigação, é a espinha dorsal do trabalho jornalístico. O produto do trabalho é sempre uma combinatória, o ato de apurar e escrever na impressa envolve tanto a retórica quanto a ética e a técnica.


O planejamento pode facilitar a apuração jornalística, o colombiano Daniel Samper nos oferece um roteiro passo-a-passo de uma apuração jornalística, que condensa uma série de reflexões difusas no mercado e nos meios universitários sobre a evolução de um trabalho de verificação de informações.


No planejamento deve-se levar em consideração a elaboração da pauta; a pré produção que é a análise estratégica das fontes levando-se em consideração a hierarquia da autoridade, produtividade e credibilidade; sequência de abordagem das fontes; a produção que é o contato com as fontes e checagem da informação. É preciso validar a informação com pelo menos duas outras fontes. Na linha de produção da notícia, o levantamento e o rigor na checagem estabelecem a qualidade da informação.


Na revisão do material apurado, diferentes círculos profissionais determinam procedimentos de material apurado, aplicável para revisão de última hora, como é o caso da lista de checagem sistematizada pela ASNE - Associação Norte-americana de Editores e Jornais traduzida pelo jornal da ANJ – Associação Nacional de Jornais.


Por último o fechamento. É feita a chamada ‘’edição cética’’- aquela feita com rigor de um interrogatório de tribunal. Segundo Sandra Rowe e Peter Bhatia, esse sistema pretende julgar detalhadamente a notícia com o objetivo de remover erros.orn


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