sexta-feira, 15 de abril de 2011

Resumo do livro de Luiz Costa Pereira Junior, A apuração da notícia (Métodos de investigação na imprensa) capítulos 3 e 4.

O autor começa fazendo uma análise de posturas adotadas pelos principais jornais impressos do país no episódio de 11 de setembro de2001. O autor situa o volume de fatos imprecisos e não confirmados, de especulação e boatos, difundidos mesmo por fontes confiáveis que marcaram aquela que foi a maior mobilização de diários em torno de um mesmo fato. Redações inteiras montaram mutirão de editorias para a cobertura do caso. Os jornais ficaram reféns das agencias de notícias internacionais e da televisão, que transmitiu em cadeia mundial.

Outro ponto destacado foi a insuficiência da mediação das agencias de noticias e das fontes secundarias. Partindo do exemplo de 11 de setembro o autor faz um ressalva, que o desafio do repórter no (cenário complexo, desordenada torrente de acontecimentos contemporâneos), é encontrar evidências em camadas de versões, procurar certezas em situações de incertezas. Uma disciplina de verificação é colocada pelo autor como forma de o jornalista não se deixar levar pelas falhas de percepção, pela rotina produtiva, pelo engano das fontes.

O autor também reforça que o trabalho de apuração não termina quando se ouve o outro lado em questão. Não quando se equilibra o entre o pró e o contra, os ângulos da notícia, com risco de cair no ceticismo circular e é isso que o jornalista deve evitar. Citando no texto Ricardo Noblat fala que não cabe ao jornalista transferir dúvidas ao publico ele tem que apurar cada contradição entre as fontes, até que a incongruência seja descartada e reste só um relato confiável.

A visão plural dos incidentes noticiáveis abordada pelo autor como conjugação de dois fatores que não podem ser ignorados como: o nível de incerteza, e a necessidade de solidez. Diante desses aspectos o autor sinaliza que a postura do jornalista só poderá ser a de quem busca uma única e exclusiva “verdade” e ressalva com o “espirito aberto” para não cegar diante de evidência contraria ou ignorar a pluralidade de versões possíveis.

A apuração jornalística em quadro proposto por Daniel Samper, mostrado no texto esquematiza a investigação jornalística em três fases que servem de parâmetro para a condução do trabalho. Passos: elaboração da pauta; pré- produção e produção. Para a elaboração da pauta é necessário uma sondagem inicial, uma base de informação para sustentar uma investigação, como saber a credibilidade das fontes que nos lançam a pista inicial. Após a sondagem inicial o plano de ação com o qual se obterá mais informações, com dados como: relação das informações que já tivemos; relação das informações que nos faltam; lista de fontes (onde localizar as informações que nos faltam, quais as fontes mais importantes consistentes). O plano de ação ajuda a organizar o que a reportagem quer mostrar. O plano de ação também orienta para que o repórter não confunda pauta com tema.

A pré- produção passa pela análise estratégica das fontes, com critérios para avaliar as fontes (hierarquia da autoridade; produtividade; credibilidade). A produção inclui o contato com as fontes, checagem da informação. Por fim a revisão que passa pelo editor que pode adotar uma edição cética na análise do texto checando todas as informações.

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